Para se destacar no cargo de liderança é preciso se comportar como líder de verdade.Mas,o que ser líder de verdade?
Hoje quero falar sobre isso citando a história da maior empreendedora feminina do Brasil,Luiza Helena Trajano.A gestora do Magazine luiza tem algumas lições de liderança a nos passar.
Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues (
Franca,
9 de outubro de
1951)
[1] [nota 1] é uma
empresária brasileira que comanda a rede de lojas de varejo
Magazine Luiza e outras empresas integradas a sua
holding[.
Formada em direito pela
Faculdade de Direito de Franca, em 1972, conseguiu transformar uma rede de lojas localizadas em
Franca, interior de
São Paulo, em uma rede suficientemente forte para brigar com gigantes do segmento como
Casas Bahia e
Ponto Frio. Passou por diversos setores, como cobrança e vendas, antes de se tornar diretora-superintendente do Magazine Luiza
[3] .
Luiza fez sucesso nas redes sociais
[4] após participar de uma entrevista no programa
Manhattan Connection, onde rebateu críticas feitas pelo apresentador
Diogo Mainardi.
[5] Mainardi afirmou que o varejo brasileiro estava em crise, Trajano rebate dizendo que o Brasil estaria vivendo a "década do varejo" e que enviaria ao apresentador os dados corretos
Uma das mulheres mais poderosas do País, ela conduz um
grupo de cerca de 800 lojas e transita com tranquilidade entre clientes que
reclamam da torradeira e o Palácio do Planalto
Quando recebeu o convite para assumir o Ministério da
Micro e Pequena Empresa, Luiza Helena Trajano se aconselhou com pessoas
próximas. Uma delas já havia ocupado um importante ministério e disse à amiga:
"Só vá para Brasília se garantirem uma boa estrutura de trabalho, que você não
ficará em uma salinha com uma equipe de meia dúzia de pessoas". O tempo passou,
o convite caiu no esquecimento. Hoje, a julgar pela quase nula
representatividade do ministério e pelo sinuoso rumo que o cargo tomou ao ser
entregue ao vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, pode-se dizer
que a intuição de Luiza Helena, que não se entusiasmou com a proposta de colocar
os pés na política, falou mais alto. Aliás, como quase sempre.
O
instinto e o tino comercial – expressão tirada do tempo em que a menina de 12
anos aproveitava suas férias escolares para ficar no balcão da loja da família –
são marcas registradas da mulher que transformou o Magazine Luiza em uma das
maiores redes varejistas do País. Luiza Helena é uma empresária à moda antiga –
ou, ao menos, faz de tudo para parecê-lo. Mesmo depois de duas décadas no
comando da companhia, preserva velhos hábitos, como visitar as lojas e trocar
dois dedos de prosa com clientes e funcionários – aos quais pede para ser
chamada simplesmente de Luiza. Como dizia Kant, todo o conhecimento começou com
intuições. A trajetória de Luiza Helena Trajano se confunde com a do próprio Magazine
Luiza. Confunde-se tanto que é comum e quase automático se imaginar que ela é a
Luiza que dá nome à rede. Na verdade, o batismo do magazine foi uma homenagem a
sua tia, de quem herdou o nome. Luiza Trajano Donato e seu marido, Pelegrino
José Donato, fundaram a empresa a partir de uma pequena loja de eletrodomésticos
e móveis sediada em Franca, no interior paulista, comprada ainda na década de
1950.
Convocação em um bilhete Luiza Helena Trajano
começou a trabalhar efetivamente na rede varejista aos 18 anos de idade. Cumpriu
a trajetória padrão do empresário-herdeiro: passou por todos os departamentos da
companhia até chegar à superintendência. Nesse momento, seu caminho já estava
traçado. Bastava apenas a formalização. Ela veio em 1991, de forma pouco usual.
Por meio de um bilhete, Luiza Helena foi avisada pela tia de que chegara a hora
de assumir o comando da companhia. A convocação foi prontamente aceita.
Leia também: Entenda
o ranking Os 60 mais poderosos do País Confira o ranking Os
60 mais poderosos do País Atualmente, Luiza Helena não está sozinha
à frente da orquestra. Em abril de 2009, decidiu profissionalizar a gestão e
dividir com o executivo Marcelo Silva a missão de reger os cerca de 23 mil
funcionários e as quase 800 lojas da empresa. Bem, “dividir a regência” talvez
não seja a expressão mais correta. Silva fica com as matinês e a overture de um
ou outro concerto principal. Mas a batuta permanece grudada à mão deLuiza Helena, primeira e única, responsável por todos os arranjos da sinfonia
estratégica da rede varejista. O discurso oficial, é bem verdade, caminha na
direção oposta. A empresária costuma hastear a bandeira da gestão
descentralizada e da partilha de poderes. Só se for no terreno do vizinho, dizem
executivos que trabalharam com Luiza Helena. De fato, a prática não parece
disposta a corroborar a teoria. A defesa da desconcentração administrativa soa
paradoxal quando entoada por uma empresária que checa prateleiras de lojas,
aprova pessoalmente cada campanha publicitária e cuida diretamente do Serviço de
Atendimento ao Cliente (SAC) da rede varejista. Não raramente, Luiza Helena
passa horas respondendo, ela própria, e-mails de consumidores. “Não posso perder
contato com as demandas das pessoas”, costuma justificar. Não por acaso, há quem
diga no setor que a companhia deveria se chamar “Magazine da Luiza”.
investimento de milhões de reais e, poucos minutos depois, providencia,
pessoalmente, a troca da torradeira defeituosa de um cliente insatisfeito, Luiza
Helena ainda mantém uma intensa agenda de palestras. Suas apresentações, na
maioria das vezes, vão para a estante da autoajuda corporativa. A CEO do
Magazine Luiza tem especial predileção por temas como a importância da mulher no
universo empresarial (“Temos mais sensibilidade, intuição e espírito de servir,
atributos indispensáveis para o sucesso dos negócios”), o relacionamento com
colaboradores
(“Toda a organização deve enxergar o funcionário como um empreendedor”) e o
atendimento ao cliente (“Trate sempre os outros da maneira como você deseja ser
tratado”). Tem por hábito também exortar os valores patrióticos que “toda a
empresa deve manter”, ao menos às segundas-feiras, dia em que o Hino Nacional é
executado no início do expediente em todas a unidades da rede varejista.
Festa além do interior Luiza Helena Trajano ancora tantas
lições em seu notório saber. Sob a gestão da empresária, o Magazine Luiza deixou
de ser uma empresa confinada ao interior de São Paulo e de Minas Gerais para se
tornar uma rede nacional, com operação em 16 Estados. A expansão foi resultado
de uma política de aquisições que atingiu o ápice na primeira metade da década
passada. Em 2003, Luiza Helena comprou as lojas Líder, de Campinas (SP), e a
Wanel, de Sorocaba (SP). Em 2004, finalmente fincou sua bandeira no Sul do País
com a incorporação em sequência das redes Arno, do Rio Grande do Sul, e Base,
Kilar e Madol com lojas no Paraná em Santa Catarina. Paralelamente, Luiza Helena
tocou a construção de centros de distribuição em várias regiões do País. Em
2008, a empresária concretizou um de seus maiores projetos: a entrada da rede
varejista na cidade de São Paulo. Em 2010, voltou às compras e botou no bolso a
paraibana Lojas Maia. No ano seguinte, fechou a aquisição das Lojas do Baú.
Mas nem tudo são flores nos canteiros de
Luiza Helena Trajano. Apesar de todo o ímpeto expansionista, a empresária não
chegou nem perto dos grandes movimentos feitos por seus principais competidores,
leia-se, notadamente, a compra da Casas Bahia, em 2009, pelo Pão de Açúcar, e a
fusão entre Ricardo Eletro e Insinuante, anunciada no ano seguinte. Está difícil
acompanhar o galope da concorrência. No ano passado, o Magazine Luiza faturou
cerca de R$ 7,7 bilhões, um número altamente respeitável. Mas ficou atrás da
Máquina de Vendas (Ricardo Eletro/Insinuante), com vendas acima de R$ 8,5
bilhões, e a léguas de distância da ViaVarejo (Ponto Frio/Casas Bahia), que
fechou 2012 com uma receita próxima a R$ 23 bilhões.
É neste cenário de
concorrência cada vez mais acirrada que Luiza Helena Trajano enfrenta hoje um de
seus maiores desafios empresariais: anabolizar a rentabilidade do Magazine
Luiza. O desempenho recente da companhia é um tributo às avessas à trajetória de
Luiza Helena. Em 2011, a rede varejista já havia registrado um resultado
esquálido: apenas R$ 11 milhões de lucro, ou o equivalente a 0,2% de retorno
sobre a receita. No ano passado, a situação ficou ainda pior: a companhia teve
perdas de R$ 6 milhões. Os funcionários do Magazine Luiza já perceberam: em
períodos como este, um poucos mais duros de atravessar, o número de imagens
religiosas na sala de Luiza Helena costuma crescer.
Integrante do
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), constantemente citada
como uma das mulheres mais influentes do País e “quase ministra” no passado
recente, Luiza Helena diz que não faz política. Depende por onde se olha. Numa mesma conversa, por mais reservada
que seja, é capaz de fazer elogios à Dilma Rousseff e tecer loas a Geraldo
Alckmin. É mais política, portanto, do que o próprio Afif Domingos, seu
“sucessor” no Ministério